SERVIÇOS / ALINHAMENTO

Um alinhamento de direcção rigoroso implica o uso de ferramenta e procedimentos específicos para cada fabricante. Um alinhamento de direcção incorrecto implica custos em pneus, combustível e contribui para a insegurança do veículo e dos seus ocupantes.

Deverá proceder-se a um alinhamento:

• Sempre que o veiculo seja alvo de alguma reparação que altere a geometria do veiculo (exemplo: substituição de amortecedores, braços de suspensão, ponteiras de direcção, foles…).
• Sempre que o condutor detecte sinais de desgaste irregular dos pneus, se o veículo tender a alterar a sua trajectória,  se o condutor notar o veículo instável ou verificar que o volante não está centrado quando se move a direito..
•  É aconselhável alinhar ou proceder a uma verificação do alinhamento de 20.000 em 20.000 km, ou uma vez por ano. Verifique também as recomendações do fabricante do veículo no manual de instruções de serviço.

Vantagens de um correcto alinhamento:

• Reduz o Desagaste de Pneus: O alinhamento incorrecto é a causa principal do desgaste prematuro dos pneus. Com o passar dos anos, os pneus de um veículo devidamente alinhado, podem somar milhares de quilómetros ao seu ciclo de duração.
• Menor Consumo de Combustível: Os quilómetros feitos com um depósito de combustível, aumentam à medida que diminui a resistência à rolagem. O alinhamento total coloca todas as rodas paralelas, que conjuntamente com a pressão correcta, minimizam a resistência à rolagem.
• Facilidade de condução: O seu automóvel “puxa” para um dos lados? O volante vibra? O seu automóvel obriga-o a virar o volante constantemente para poder manter direito na estrada? A maior parte dos problemas de manuseamento podem ser resolvidos ao corrigir o alinhamento total. Com todos os componentes do sistema de direcção/suspensão devidamente alinhados, as irregularidades da estrada são eficientemente mais bem absorvidas para uma melhor condução.
• Condução Segura: Uma inspecção do sistema de suspensão faz parte do procedimento de alinhamento. Isto permite detectar desgaste nos componentes antes que estes causem problemas de elevado custo.

Os parâmetros principais da geometria de direcção são o Camber, Avanço e Convergência (ou divergência). Os vários componentes do sistema de suspensão e direcção de um automóvel, necessitam de respeitar determinados ângulos, para que todo o conjunto da suspensão e direcção funcionem correctamente. Os diversos ângulos de alinhamento promovem um delicado equilíbrio dinâmico à viatura; caso um ângulo esteja desregulado, pode afectar os restantes, comprometendo assim a estabilidade e a segurança do automóvel.

Camber: É a inclinação da roda, quando vista de frente. Quando a parte superior da roda está inclinada para o exterior da carroçaria, o camber é positivo; no caso contrário, é negativo. O ângulo de camber zero é quando o pneu fica exactamente perpendicular à superfície da estrada.

A primeira ideia que nos ocorre é que o ângulo de sopé deveria ser nulo, pois nestas condições é que a superfície do pneu assenta totalmente no solo; isto verifica-se quando o veículo circula em linha recta, mas ao curvar, devido ao veículo inclinar e o pneu “enrolar”, torna-se necessário por vezes um camber ligeiramente negativo (em competição, usa-se sempre um camber bastante negativo). Nos carros de série, um pequeno camber positivo, permite compensar as flexões da suspensão.

Avanço – Este ângulo mede a inclinação para a frente ou para trás do eixo da suspensão, quando vemos lateralmente o conjunto da suspensão. O avanço pode ser mais fácilmente visualizado com o exemplo da forqueta duma bicicleta; quando a inclinação é para a frente (caso da bicicleta) o avanço é positivo. Quando a inclinação é para trás, o avanço é negativo.

O avanço positivo tende a fazer o veículo circular em linha recta e facilita a reorientação das rodas para a frente após descrever uma curva. Um avanço excessivamente positivo, no entanto, torna a direcção mais pesada e facilita a transmissão de impactos da via e da trepidação das rodas no volante. O avanço negativo, facilita as manobras de direcção, mas torna o veículo instável em linha recta.

Convergência / Divergência – Estes ângulos medem-se pelo grau de paralelismo das rodas dianteiras vistas de cima. Se os pneus têm uma inclinação de tal modo que a linha central dos mesmos tenda a cruzar-se num ponto à frente do automóvel, estamos em presença de convergência; se estas linhas se separarem então estamos numa situação de divergência.

Como os pneus duram mais ao deslocarem-se em trajectórias paralelas, poderia julgar-se que a situação ideal seria a convergência zero. No entanto, a folga e a flexão dos componentes da direcção e da suspensão permitem que os bordos de ataque dos pneus se separem devido às tensões resultantes do rolamento, pelo que é usual adoptar-se uma pequena convergência.